Mário Ferreira dos Santos e as cinco vias de Santo Tomás de Aquino
20 julho, 2018 4 Comentários
Esta é, sem dúvida, a melhor explicação das cinco vias de Santo Tomás de Aquino que já li. Boa leitura!
Artigo tirado do site “Contra os Acadêmicos”
As Cinco Vias de Tomás de Aquino explicada por Mário Ferreira dos Santos: uma apreciação definitiva.
Retirado do livro “O Homem Perante o Infinito”.
DAS PROVAS A POSTERIORI — AS CINCO “VIAS” DE TOMÁS DE AQUINO
Os argumentos a posteriori da existência de Deus — os que partem de fatos da experiência e não apenas de noções, e que se apoiam no princípio de razão suficiente — são classificados em:
- a) Provas cosmológicas;
- b) Provas psicológicas;
- c) Provas morais.
As provas cosmológicas fundam-se nos fatos de experiência externa, por meio da qual conhecemos o mundo exterior, É sobre tais fatos que Tomás de Aquino construiu suas provas, através de cinco vias.
Como se trata aqui de matéria que merece uma exposição cuidadosa e a mais fundada nos textos, reproduzimos a seguir os comentários prévios apresentados por Muniz a tais provas.
“Toda via para demonstrar a existência de Deus constará de um ponto de partida, do ímpeto nas coisas criadas; de um recorrido ou ponto, que não pode ser outro que a causalidade extrínseca, e de um termo de chegada, que é a causa, Deus.
O ponto de partida é sempre um efeito sensível, manifesto, um fato de experiência certo: a existência do movimento, a subordinação de causas eficientes, a contingência dos seres sensíveis, a gradação de perfeiçoes transcendentais, e a ordenação a um fim. Como destes fatos de experiência pode a razão elevar-se a Deus?
O primeiro passo que tem que dar a razão é demonstrar que tais fatos entranham a condição de efeitos: que são causados; por exemplo, o que se move é movido por outro; uma causa subordinada é movida por outra superior; o ser contingente é causado por um ser necessário; uma perfeição participada em distintos graus é causada pela mesma existente em máximo grau; um ser cognoscitivo, que opera por fim, é causado, movido e dirigido por uma inteligência. Bem assegurado este caráter de efeito, a razão, em virtude do princípio de causalidade, passa a demonstrar a existência da causa.
Um segundo passo, comum a todas as vias, é que, numa subordinação per se de causas, não se pode proceder ao infinito, mas que é absolutamente necessário chegar a uma primeira causa, da qual dependem todas as outras.
Logo, tem de existir um primeiro motor que tudo move, uma primeira causa que põe em actividade todas as outras; um ser necessário, que é a causa de todos os seres necessários e contingentes; um primeiro ser, que é fonte e origem do ser em quantas coisas existem; e uma primeira inteligência, que dirige todas as coisas a seus respectivos fins.
Esta última causa é Deus.
Por conseguinte, todas as vias de Tomás de Aquino terão, pelo menos:
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