Doutrina Católica: A graça (IV)
27 outubro, 2011 3 Comentários
Indiculus (séc. V)
Do pecado original e do livre-arbítrio
Cap. 1. Na desobediência de Adão todos os homens perderam o poder natural [naturalem possibilitatem] e a inocência, e ninguém teria podido, pelo livre-arbítrio, erguer-se do abismo daquela ruína, se a graça do Deus misericordioso não o levantasse, como o declara e diz o Papa Inocência, de feliz memória, na carta ao Concílio de Cartago: “Depois de outrora ter experimentado mal [perpessus] o livre-arbítrio, ao usar insensatamente seus próprios bens, ficou [o homem], ao cair, submerso nas profundezas de seu pecado, e nada achou por onde pudesse dali levantar-se; e, enganado para sempre por sua liberdade, teria ficado prostrado pela opressão desta ruína se mais tarde não o tivesse levantado, com Sua graça, a vinda de Cristo, que, por meio da purificação de um novo nascimento [novae regenerationis], lavou, com as águas do Batismo [sui Baptismatis lavacro], toda a mancha [vitium] passada”.
Da necessidade da graça
2. Ninguém é bom por si mesmo se não lhe der a participação de Si Aquele que é o único Bom [qui solus est bônus] (cf. Mt 19,17; Mc 10,18; Lc 18,19). Isto é declarado no trecho da mesma carta do mesmo Pontífice, que diz: “Acaso podemos, daqui para a frente, esperar algo de bom daqueles espíritos que pensam que seja por mérito próprio que são justos, sem levar em consideração Aquele de quem recebem diariamente a graça e que confiam poderem conseguir tão grande coisa sem Ele? (Inocêncio I, Epistola In requirendis)
3. Ninguém, nem mesmo depois de ter sido renovado pela graça do Batismo, é capaz de escapar das ciladas do demônio e dominar as concupiscências da carne, se não receber de Deus a ajuda diária da perseverança na boa conduta. Isso é confirmado pelo ensinamento do mesmo Leia mais deste post
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