Tomás responde: Foi conveniente que os magos viessem adorar e venerar a Cristo?
24 dezembro, 2010 2 Comentários
Bernardo Cavallino, Adoração dos Magos (séc. XVII)
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Parece que não foi conveniente que os magos viessem adorar e venerar a Cristo:
1. Com efeito, cada rei deve receber a homenagem de seus súditos. Ora, os magos não pertenciam ao reino dos judeus. Logo, quando conheceram pela visão da estrela que tinha nascido o Rei dos Judeus, parece que não era conveniente que viessem adorá-lo.
2. Além disso, é imprudente anunciar um rei estrangeiro enquanto vive o próprio rei. Ora, Herodes reinava no reino dos judeus. Logo, os magos procederam com imprudência ao anunciar o nascimento do rei.
3. Ademais, um sinal do céu é mais seguro do que uma indicação humana. Ora, os magos vieram do Oriente à Judéia guiados por um sinal do céu. Logo, agiram sem prudência ao buscar uma indicação humana, abandonando a guia da estrela, quando perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?”
4. Ademais, a oferenda de dons e a homenagem da adoração são devidas só aos reis que estão reinando. Ora, os magos não encontraram Cristo revestido da dignidade real. Logo, não foi conveniente apresentar-lhe dons e render-lhe homenagem real.
EM SENTIDO CONTRÁRIO, afirma Isaías: “As nações vão caminhar para a tua luz e os reis para a claridade da tua aurora” (60, 3). Ora, os que são conduzidos pela luz divina não erram. Logo, os magos não incorreram em erro ao prestar homenagem a Cristo.
Como já foi dito, os magos são as primícias dos pagãos a crerem em Cristo. Neles apareceram, numa espécie de presságio, a fé e a devoção dos pagãos vindos a Cristo de lugares remotos. Por isso, sendo a fé e a devoção dos pagãos isenta de erro por inspiração do Espírito Santo, também deve-se crer que os magos, inspirados pelo Espírito Santo, se comportaram sabiamente ao prestarem homenagem a Cristo.
Quanto às objeções iniciais, portanto, deve-se dizer que:
1. Como diz Agostinho: “Muitos reis dos judeus nasceram e morreram sem que os magos os tivessem procurado para adorá-los. Não é, pois a um rei dos judeus como então costumavam ser, que estes estrangeiros, vindos de tão longe, e totalmente alheios a este reino, julgavam estar prestando tão grande Leia mais deste post
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