Com a palavra, os Papas

PapasPapa Pio IX (1846-1878)

“Transtorno absoluto de toda a ordem humana” “[…] tampouco desconheceis, Veneráveis Irmãos, que os principais autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos sistemas do novo socialismo e comunismo” (Pio IX, Encíclica Noscitis et Nobiscum, 8 de dezembro de 1849 – Colección Completa de Encíclicas Pontifícias”, Editorial Poblet, Buenos Aires, pág. 121).

Papa Leão XIII (1878-1903)
“[…] o “comunismo”, o “socialismo”, o “nihilismo”, monstros horrendos que são a vergonha da sociedade e que ameaçam ser-lhe a morte” (Leão XIII, Encíclica Diuturnum Illud, 29 de junho de 1881 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, pág. 16).

Ruína de todas as instituições” “[…] suprimi o temor de Deus e o respeito devido às suas leis; deixai cair em descrédito a autoridade dos príncipes; dai livre curso e incentivo à mania das revoluções; dai asas às paixões populares, quebrai todo freio, salvo o dos castigos, e
pela força das coisas ireis ter a uma subversão universal e à ruína de todas as instituições: tal é, em verdade, o escopo provado,
explícito, que demandam com seus esforços muitas associações comunistas e socialistas” (Leão XIII, Encíclica Humanum Genus, de 20
de abril de 1884 – Editora Vozes Ltda., Petrópolis, págs. 20-21).

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Summa Theologica

Summa-Peter SchöfferSumma Theologiæ, Pars secunda, prima pars. (copy by Peter Schöffer, 1471)

The Summa Theologiæ (written 1265–1274 and also known as the Summa Theologica or simply the Summa) is the best-known work of Thomas Aquinas (c.1225–1274). Although unfinished, the Summa is “one of the classics of the history of philosophy and one of the most influential works of Western literature.”[1] It is intended as an instructional guide for moderate theologians, and a compendium of all of the main theological teachings of the Catholic Church. It presents the reasoning for almost all points of Christian theology in the West. TheSumma’s topics follow a cycle: theexistence of God; Creation, Man; Man’s purposeChrist; the Sacraments; and back to God.

Among non-scholars the Summa is perhaps most famous for its five arguments for the existence of God known as the “five ways” (Latin: quinque viae). The five ways occupy one and a half pages of the Summa’s approximately three thousand five hundred pages.

Throughout the Summa Aquinas citesChristianMuslimHebrew, and Pagansources including but not limited to Christian Sacred Scripture, AristotleAugustine of HippoAvicennaAverroesAl-Ghazali,BoethiusJohn of DamascusPaul the ApostleDionysius the Areopagite,MaimonidesAnselm, Plato, Cicero, andEriugena.

The Summa is a more structured and expanded version of Aquinas’s earlier Summa contra Gentiles, though these works were written for different purposes, the Summa Theologiæ to explain the Christian faith to beginning theology students, and the Summa contra Gentiles to explain the Christian faith and defend it in hostile situations, with arguments adapted to the intended circumstances of its use, each article refuting a certain belief of a specific heresy.[2]

Aquinas conceived the Summa specifically as a work suited to beginning students: “Because a doctor of catholic truth ought not only to teach the proficient, but to him pertains also to instruct beginners. as the Apostle says in 1 Corinthians 3: 1-2, as to infants in Christ, I gave you milk to drink, not meat, our proposed intention in this work is to convey those things that pertain to the Christian religion, in a way that is fitting to the instruction of beginners.”[3]

It was while teaching at the Santa Sabinastudium provinciale, the forerunner of theSanta Maria sopra Minerva studium generaleand College of Saint Thomas which in the 20th century would become the Pontifical University of Saint Thomas Aquinas,Angelicum, that Aquinas began to compose the Summa. He completed the Prima Pars in its entirety and circulated it in Italy before departing to take up his second regency as professor at the University of Paris (1269–1272).[4]

Structure

The Summa is composed of three major parts, each of which deals with a major subsection of Christian theology.

  • First Part (in Latin, Prima Pars): God’s existence and nature; the creation of the world; angels; the nature of man
  • Second Part:
  • First part of the Second Part (Prima Secundae, often abbreviated Part I-II): general principles of morality (including a theory of law)
  • Second part of the Second Part (Secunda Secundae, or Part II-II): morality in particular, including individual virtues and vices
  • Third Part (Tertia Pars): the person and work of Christ, who is the way of man to God; the sacraments; the end of the world. Aquinas left this part unfinished.[5]

Each part contains several questions, each of which revolves around a more specific subtopic; one such question is “Of Christ’s Manner of Life.”[6] Each question contains several articles phrased as interrogative statements dealing with specific issues, such as “Whether Christ should have led a life of poverty in this world?”[7]The Summa has a standard format for each article.

  • A series of objections to the (yet to be stated) conclusion are given; one such objection, for example, is that “Christ should have embraced the most eligible form of life…which is a mean between riches and poverty.”[7]
  • A short counter-statement, beginning with Leia mais deste post

A maternidade segundo o espírito

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Santa Teresa Benedita da Cruz – Edith Stein,

Deutsche Bundespost (1983)

Carta Apostólica Mulieris Dignitatem

Sumo Pontífice João Paulo II, 1988

[nº21]

A virgindade no sentido evangélico comporta a renúncia ao matrimônio e, por conseguinte, também à maternidade física. Todavia, a renúncia a este tipo de maternidade, que pode também comportar um grande sacrifício para o coração da mulher, abre para a experiência de uma maternidade de sentido diverso: a maternidade «segundo o espírito» (cf. Rm 8, 4). A virgindade, de fato, não priva a mulher das suas prerrogativas. A maternidade espiritual reveste-se de múltiplas formas. Na vida das mulheres consagradas que vivem, por exemplo, segundo o carisma e as regras dos diversos Institutos de caráter apostólico, ela poderá exprimir-se como solicitude pelos homens, especialmente pelos mais necessitados: os doentes, os deficientes físicos, os abandonados, os órfãos, os idosos, as crianças, a juventude, os encarcerados, e, em geral, os marginalizados. Uma mulher consagrada reencontra desse modo o Esposo, diverso e único em todos e em cada um, de acordo com as suas próprias palavras: «tudo o que fizestes a um destes … a mim o fizestes» (Mt 25, 40). O amor esponsal comporta sempre uma singular disponibilidade para ser efundido sobre quantos se encontram no raio da sua ação. No matrimônio, esta disponibilidade, embora aberta a todos, consiste particularmente no amor que os pais dedicam aos filhos. Na virgindade, tal disponibilidade está aberta a todos os homens, abraçados pelo amor de Cristo esposo. Leia mais deste post

Porta Fidei – “É possível cruzar este limiar…”

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O Chamado de São Pedro e Santo André (1603-06),

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571–1610)

Moto Proprio Porta Fidei – A porta da fé (proclama o Ano da Fé), 2011

Carta Apostólica do Sumo Pontífice Bento XVI

[Excertos]

1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – Leia mais deste post

Introdução à Oração (ou: Para não cair em “esquizofrenia mental”, “perturbações psíquicas” e “aberrações morais”)

santa teresa de ávila

Teresa de Ávila (1615),

Peter Paul Rubens (Flamengo, 1577–1640)

Carta aos bispos da Igreja Católica acerca de alguns aspectos da meditação cristã, 1989

Congregação para a Doutrina da Fé (prefeito: Joseph Cardeal Ratzinger)

[Excertos]

… É à Igreja que a oração de Jesus é entregue («assim vós deveis rezar», Mt. 6, 9), e por isso a oração cristã, mesmo quando se realiza em solidão, possui na realidade o seu ser no interior daquela «comunhão dos santos», na qual e com a qual se reza, tanto em forma pública e litúrgica como em forma privada.

… Contra o extravio da pseudo-gnose, os Padres afirmam que a matéria foi criada por Deus e por isso não é má. Além disso, asseveram que a graça, cujo manancial é sempre o Espírito Santo, não é um bem próprio da alma, mas deve ser obtida de Deus como dom. Por isso, a iluminação ou conhecimento superior do Espírito («gnose») não torna supérflua a fé cristã. Por último, para os Santos Padres, o sinal autêntico dum conhecimento superior, fruto da oração, é sempre a caridade cristã.

… Com a atual difusão dos métodos orientais de oração no mundo cristão e nas comunidades eclesiais, encontramo-nos de frente a um acentuado renovar-se da tentativa, não isenta de riscos e erros, de fundir a meditação cristã com a não cristã. As propostas nesta direção são numerosas e mais ou menos radicais: algumas utilizam os métodos orientais somente com a finalidade duma preparação psicofísica em vista duma contemplação realmente cristã; outras vão mais além e procuram produzir, com técnicas diversas, experiências espirituais análogas àquelas de que se fala nos escritos de certos místicos católicos; outras ainda não receiam colocar o absoluto sem imagens e conceitos, próprio da teoria budista, no mesmo plano da majestade de Deus revelada em Cristo, a qual transcende toda a realidade finita. Nesse sentido, servem-se duma espécie de «teologia negativa» que supera qualquer afirmação dotada de conteúdo a propósito de Deus, negando que as coisas do mundo possam ser vistas como um vestígio que reenvia para a sua Infinidade. Por esta razão, propõem que se abandone não somente a meditação das obras salvadoras realizadas na história pelo Deus da Antiga e da Nova Aliança, mas também a ideia mesma de Deus Uno e Trino, que é amor, em favor duma imersão «no abismo indeterminado da divindade».

… Para encontrar a reta «via» da oração, o cristão deverá ter presente o que se disse precedentemente a propósito dos traços salientes da via de Cristo, cujo «alimento é fazer a vontade d’Aquele que O enviou e consumar a sua obra» (Jo 4, 34). Jesus não vive uma Leia mais deste post

Doutrina Católica: O pecado original (II)

Concílio de Cartago

O primeiro ataque sério, dentro da Igreja, contra a doutrina do pecado original proveio do pelagianismo. Pelágio, monge de origem irlandesa, vivia em Roma no começo do século V. Seu severo ascetismo e as duras pregações que fazia contra a dissolução dos costumes na capital de um império decadente deram-lhe grande prestígio entre seus discípulos. Ao entrarem em Roma as tropas de Alarico (410), fugiu para a Sicília e depois para Cartago, junto com o advogado Celéstio, continuando a pregar com ardor o mais rigoroso moralismo, baseando-se nas exigências da natureza e insistindo na eficácia do esforço humano, para conseguir a virtude, deixando pouco ou quase nada à ação de Deus na conquista da salvação. É claro que esta ascética dependia de uma teologia que implicava a reinterpretação da doutrina católica do pecado original. Segundo Pelágio, o pecado de Adão não teve outra conseqüência para seus descendentes senão a de ter dado um mau exemplo. Além disso, um e outros eram mortais antes do pecado e nascem em igualdade de condições. Adão e seus descendentes – para Pelágio – podiam salvar-se só com o esforço da vontade, sem que, para Adão, fosse necessária a graça, e, para as crianças, necessário o Batismo.

Santo Agostinho (354-430) percebeu logo a gravidade de tais afirmações e imediatamente foram elas condenadas num sínodo em Cartago (411). Cinco anos depois (416) ocuparam-se da doutrina pelagiana outros dois novos sínodos: um em Cartago (63 bispos), outro em Milevi (59 bispos). Ambos foram confirmados pelo Papa Inocêncio I. A esta confirmação alude Santo Agostinho quando exclamou: “Causa finita est!” Mas o assunto não se encerrou. Vai a Roma Celéstio e consegue fingidamente, com rodeios à doutrina pelagiana, que Leia mais deste post

Tomás responde: Cabe ao Sumo Pontífice estabelecer o símbolo da fé?

Parece que não cabe ao Sumo Pontífice estabelecer o símbolo da fé:

1. Com efeito, uma nova apresentação do Símbolo é necessária para explicação dos artigos de fé, como já se disse (art. precedente). Ora, no Antigo Testamento, os artigos de fé foram cada vez mais explicados, no correr dos tempos, e a verdade da fé mais se manifestava quanto maior a proximidade de Cristo. Tal motivo não mais existe na nova Lei: os artigos de fé não devem, pois, receber novas explicações. Logo, parece não competir à autoridade do Sumo Pontífice uma nova apresentação do Símbolo.

2. Além disso, o que foi interdito, sob pena de anátema, não depende do poder de homem algum. Ora, a autoridade da Igreja Católica interditou, sob pena de anátema, a publicação de novo Símbolo. Dizem as atas do primeiro concílio de Éfeso que este Concílio, “Uma vez lido o Símbolo de Nicéia, decretou que não seria permitido a ninguém professar, subscrever ou compor outra fé, além da definida pelos Santos Padres, reunidos em Nicéia com o Espírito Santo”. Segue-se a pena de anátema. A mesma coisa é repetida nas atas do Concílio de Calcedônia. Logo, parece que uma nova apresentação do Símbolo não cabe à autoridade do Sumo Pontífice.

3. Ademais, Atanásio não foi Sumo Pontífice, mas patriarca de Alexandria e, contudo, constituiu um Símbolo que é cantado na Igreja. Logo, a publicação de um Símbolo não parece pertencer ao Sumo Pontífice mais do que a outros.

EM SENTIDO CONTRÁRIO, a publicação do símbolo foi feita em concílio geral. Mas, um concílio só pode reunir-se sob a autoridade do Sumo Pontífice como está estabelecido nos Decretos. Logo, a publicação do Símbolo cabe à autoridade do Sumo Pontífice.

 

Como já explicamos (artigo precedente), uma publicação nova do Símbolo é necessária para evitar erros que surgem. Tem autoridade para fazê-lo quem pode determinar em última instância o que é de fé, para que todos possam a ela aderir de maneira inabalável. Isto, porém, é da alçada do Sumo Pontífice a quem são deferidas as maiores e mais difíceis questões da Igreja, como se diz nos Decretos de Graciano. Por isso, o Senhor, no Evangelho de Lucas, disse a Pedro a quem constituiu Sumo Pontífice: “Eu rezei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, depois de convertido, confirma os teus irmãos” (22, 32). E a razão disso é que toda a Igreja deve ter a mesma fé, seguindo a recomendação da primeira Carta aos Coríntios: “Dizei todos as mesmas coisas e não haja divisões entre vós” (1, 10). Ora, isso não poderia ser observado, se uma

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A Lei Moral 3: O Esplendor da Verdade

Leia também:
A Lei Moral, ou “Como deixar um ateu em maus lençóis”
A Lei Moral 2: Lewis e a lei natural

40. O ensinamento do Concílio sublinha, por um lado, a actividade da razão humana na descoberta e na aplicação da lei moral: a vida moral exige a criatividade e o engenho próprios da pessoa, fonte e causa dos seus actos deliberados. Por outro lado, a razão obtém a sua verdade e autoridade da lei eterna, que não é senão a própria sabedoria divina. Na base da vida moral, está, pois, o princípio de uma «justa autonomia» do homem, sujeito pessoal dos seus actos. A lei moral provém de Deus e n’Ele encontra sempre a sua fonte: em virtude da razão natural, que deriva da sabedoria divina, ela é simultaneamente a lei própria do homem. De facto, a lei natural, como vimos, «não é mais do que a luz da inteligência infundida por Deus em nós. Graças a ela, conhecemos o que se deve cumprir e o que se deve evitar. Esta luz e esta lei, Deus a concedeu na criação». A justa autonomia da razão prática significa que o homem possui em si mesmo a própria lei, recebida do Criador. Mas, a autonomia da razão não pode significar a criação, por parte da mesma razão, dos valores e normas morais. Se esta autonomia implicasse Leia mais deste post

Padres da Igreja: novos livros para download

Pintura Sacra Medieval – Roma

♦ Ambrósio – Trechos selecionados

♦ Atanásio – Antologia e Vida de Santo Antão

♦ Beda – Comentário sobre o Evangelho de São Lucas e História dos Anglos

♦ Cirilo de Jerusalém – Catequeses

♦ Clemente Romano – Carta aos Coríntios

♦ Epístola a Diogneto

♦ Epístola de Barnabé

♦ Eusébio de Cesaréia – História Eclesiástica

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Aeterni Patris em PDF

Francisco de Zurbarán, Apoteose de Santo Tomás, 1631, Museo Provincial de Bellas Artes, Sevilla (clique para ampliar)

CARTA ENCÍCLICA AETERNI PATRIS DO SUMO PONTÍFICE
LEÃO XIII, SOBRE A RESTAURAÇÃO DA FILOSOFIA CRISTÃ
CONFORME A DOUTRINA DE SANTO TOMÁS DE AQUINO

Trechos:

Se alguém fixar a sua atenção, nas lutas encarniçadas desses dias, e procurar uma razão, para os problemas que assolam a vida pública e privada, deverá, sem dúvida, chegar à conclusão de que uma causa fecunda, dos males, que agora nos afligem, assim como daqueles que tememos, está no seguinte: as falsas conclusões, no que concernem às coisas divinas e humanas, que se originaram, nas escolas dos filósofos, se adentraram, agora, por todas as esferas do Estado e foram aceitas pelo consenso das massas. Pois, sendo da própria natureza do homem, seguir, em seus atos, o que lhe indica a razão, se o intelecto peca, a vontade logo o seguirá, e assim ocorre que opiniões falsas, cuja sede seja o entendimento, influenciem as ações humanas e as perverta. Leia mais deste post

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