Filosofia Concreta, de Mário Ferreira dos Santos – TESE 10
7 março, 2013 2 Comentários
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Considera-se ente de razão (ens rationis dos escolásticos) aquele cuja única existência está na mente humana. Assim para os idealistas absolutos certas idéias; o tempo e o espaço, a espécie e o gênero para outros filósofos, etc. Considera-se como ente real, aquele que também tem uma existência fora da mente humana (extra mentis). Assim esta casa, para os realistas, além de ter dela uma imagem a mente humana, é uma realidade fora da mente. Em suma, para todos são entes de razão aqueles que não asseguram uma existência fora da mente humana, e são entes reais os que têm essa existência. Um ente real pode também ter uma correspondência existencial na mente humana, como a tem a imagem que formamos das coisas que compõem o mundo exterior para os realistas.
“Alguma coisa há” pode merecer de alguns a afirmação de que é apenas um ente de razão. Mas se alguma coisa há é um ente de razão, assegura imediatamente que não é apenas um ente de razão, mas sim um ente real, porque se há um ente de razão é porque há algo que é o sustentáculo do mesmo. E se alguma coisa há é mentado*, então alguma coisa há realmente, porque alguma coisa há, para que alguma coisa há seja mentada, o que prova, consequentemente, que é real-real que alguma coisa há, o que vem robustecer, de modo apodítico, a tese, e provar também, apoditicamente, que a Filosofia pode fundar-se em uma verdade universalmente válida.
* No sentido de “formado na mente”. A palavra também parece ser um neologismo de Mário, a partir, provavelmente, da raiz latina “mens”.
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Ora, é mais fácil “mentar” isso do que “mentar” o seu Lavelle.
Vou ter de fazer uns gráficos para mentar isso aí…