Chestertoninas: A saudável moralidade mística
15 maio, 2012 1 Comentário
Um anacoreta que rola sobre pedras num furor de submissão é, fundamentalmente, uma pessoa mais saudável que muitos homens soberbos de chapéus de cetim que caminham por Cheapside [rua no bairro financeiro de Londres]. Para muitos, esses homens são bons somente por um conhecimento degenerado do mal. Não estou, no momento, reivindicando, para o devoto, nada mais que esta vantagem primária: a de que embora possa, pessoalmente, estar se fazendo fraco e miserável, está, mesmo assim, fixando os pensamentos, sobretudo, numa felicidade e força gigantes, numa força que não tem limites e numa felicidade que não tem fim. Sem dúvida, há outras objeções razoáveis que podem ser levantadas contra a influência na moralidade de deuses e visões, seja na cela do monge, seja nas ruas. Mas a moralidade mística deve ter sempre esta vantagem: é sempre mais alegre. Um jovem pode evitar o vício pela lembrança contínua da doença. Pode evita-lo também pela lembrança contínua da Virgem Maria. Pode haver dúvida sobre qual método é mais razoável, ou mesmo qual é mais eficiente. Mas certamente não pode haver dúvida sobre qual é mais saudável.
G. K. Chesterton, Hereges
Certíssimo, Chesterton. Nos tornamos especialistas em desenvolver uma moral e uma consciências dúbias, “boas” para se “viver” num mundo habitado por crocodilos! Nosso discernimento entre o CERTO e o ERRADO é risível.
Elio Batista Salça